O depoimento de Gilberto Gil me transportou para a infância, enquanto
minha mãe preparava a comida simples para a família imensa - onze filhos
que aguardavam falantes a hora do almoço, da janta... Nesses momentos
de congestionamento na cozinha, os irmãos mais velhos partilhavam com os
mais novos as novidades que traziam da escola: livros, leituras que
seriam cobradas, às vezes, no dia seguinte. Como éramos muitos filhos,
não comprávamos os livros e tínhamos que esperar que algum colega
solidário nos emprestasse. Vivíamos momentos de "Felicidade clandestina"
enquanto devorávamos os livros, os comentários, o final da história .
Eram histórias de aventura, de coleções simples, mas que abriram as
portas para um prazer que faz parte da vida
de quase toda a minha
família.
Hoje, com meus alunos, tento incentivar a leitura comentando minhas
experiências, indicando algumas leituras essenciais. Felizmente, na
escola, temos inúmeros livros e contamos com duas professoras bastante
envolvidas e dispostas a atender às necessidades dos alunos. Há um
movimento intenso na biblioteca e eu percebo que, os alunos que
realmente leem os livros que levam para casa, são contagiados e espalham
esse prazer para os outros. (Patrícia Fernandes)
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